Editorial: É preciso falar sobre Misoginia Política

Mulheres na política não são julgadas apenas por suas ideias ou competência, mas pelo simples fato de serem mulheres. As críticas que sofrem frequentemente se desviam da política e se voltam para ataques pessoais.

Quando observamos o cenário político, é impossível ignorar as barreiras enfrentadas pelas mulheres que ousam adentrar este espaço dominado por homens. A discriminação é sutil, muitas vezes disfarçada de “tradição” ou “prática comum”, mas os efeitos são devastadores e amplamente perceptíveis.

A violência política de gênero manifesta-se de diversas formas: desde a deslegitimação de suas vozes e propostas, passando pelo assédio moral e sexual, até ameaças diretas à sua integridade física. Este é um ambiente tóxico criado para desencorajar a participação feminina e perpetua a dominância masculina nos espaços de decisão. Precisamos reconhecer que a misoginia política não é apenas um problema das mulheres, mas um problema de toda a sociedade, que perde ao afastar metade de sua população das esferas de poder.

Para transformar este cenário, é essencial que haja um compromisso coletivo de combate à misoginia em todas as suas formas. Isso implica, primeiramente, em reconhecer sua existência e suas consequências.

Parte fundamental desse compromisso é a necessidade de isolar quem pratica misoginia. Não podemos mais tolerar que atitudes misóginas sejam tratadas com condescendência ou desculpas. Aqueles que perpetuam a violência de gênero precisam ser responsabilizados e afastados dos espaços de poder. Somente através de uma postura firme e intransigente contra a misoginia é que conseguiremos promover um ambiente realmente inclusivo e respeitoso para todos.

A história nos mostra que as mulheres têm a capacidade e a competência para liderar e transformar a sociedade. Desde Esperança Garcia até Gracinha Mão Santa, passando por figuras como a ex-governadora Regina Sousa, as vereadoras Fátima Carmino, Neta Castelo Branco, sem esquecer de Iracema Feitosa, a primeira mulher vereadora em Parnaíba, e outras tantas mulheres, muitas delas anônimas, que lutam diariamente em seus contextos locais, a resistência e a força feminina são inegáveis. No entanto, essas histórias de coragem e determinação não devem ser exceções, mas a norma em uma sociedade que verdadeiramente preza pela igualdade.

O combate à misoginia política não é uma questão de escolha, mas uma necessidade urgente. É um chamado para que todos, independentemente de gênero, unam-se em uma luta que é de todos nós. Somente assim poderemos construir um futuro onde as mulheres sejam plenamente livres para ocupar todos os espaços, inclusive o político, com a dignidade e o respeito que merecem. Chegou a hora de falar, agir e transformar. Basta de misoginia. É preciso fazer política com igualdade, justiça e humanidade.

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Da Redação do Tribuna de Parnaíba / imagem: Portal do Catita

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