Dirigente do clube tricolor relata não ter conseguido suporte durante montagem do grupo antes da pré-temporada e cita: “Corria risco de deixar faltar suporte no decorrer da competição”
Rodney Spindola, presidente do Ferroviário-PI, lamentou o pedido de desistência do clube para a disputa do Campeonato Piauiense 2023. Para o dirigente, o sentimento é de frustração, especialmente após a campanha realizada pelo Ferrão na Série B do piauiense deste ano. Segundo o dirigente, os problemas financeiros foram cruciais para a saída do Tricolor do torneio. Continua depois da publicidade
“É um momento muito triste, frustrante. Nós tínhamos um planejamento para a Série A (do Piauiense), mas não conseguimos angariar nem 1/3 do orçamento previsto. Por mais reduzida que fosse, nossa folha de pagamento estava chegando a 400 mil reais (para toda a temporada). Eu corria o risco de deixar faltar suporte no decorrer da competição”
Segundo o cartola, o clube enfrentou dificuldades até mesmo para pagar as taxas de transferência de jogadores, junto à Federação de Futebol do Piauí (FFP). O presidente do Ferrão também externou a dificuldade em conseguir parceiros comerciais na cidade e que empresários locais preferem patrocinar o rival, Parnahyba.
“Nem mesmo as taxas da Federação e da CBF nós havíamos pago, o que impossibilitava até mesmo o registro de jogadores. O que eu poderia fazer? Fui à prefeitura atrás de apoio, só que lá teria que ser sancionada uma lei para que, só aí, eu solicitasse um plano de trabalho e posteriormente conseguisse uma verba, sem prazo ou valores pré-estabelecidos. A gente trabalhou arduamente, mas não teve tempo hábil” lamentou Rodney Spindola.
“Aqui, aqueles que patrocinam querem patrocinar o Parnahyba. A cidade tem muitas pessoas com capacidade de apoiar as equipes locais, mas que não querem fazê-lo, ou preferem o Parnahyba. Então, quando eu bato essa porta, ela já está fechada. Tínhamos o apoio de duas pessoas que queriam nos ajudar, mas seria insuficiente. Só daria para garantir os custos do primeiro mês. Mas e o segundo e o terceiro?” questionou o dirigente do Ferroviário-PI
Com a desistência, o Ferroviário-PI deve passar por julgamento no Tribunal de Justiça Desportiva. O regulamento do estadual prevê multa de R$ 50 mil. O Tribunal de Justiça Desportiva do Piauí (TJD-PI) deve julgar o caso. Após isso, o clube pode ser suspenso por até dois anos.
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Veja abaixo o trecho do regulamento da competição
– No caso do clube efetuar sua inscrição para o Campeonato, e venha posteriormente, apresentar sua desistência, pagará uma multa no valor de R$ 50.000,00 (cinquenta mil reais), a qual será rateada entre os clubes participantes. O não pagamento da multa implicará em sanções administrativas conforme o art. 118 do estatuto da FFP – trecho retirado do regulamento do Campeonato Piauiense divulgado pela FFP.
“Achei mais prudente retirar o Ferroviário-PI da competição. Eu não poderia colocar o clube nessa situação e o clube poderia sofrer consequências jurídicas maiores, para além daquelas que deve sofrer da Federação. Nós estamos saindo por não ter condições financeiras de participar. Vamos ter a possibilidade de poder fazer nossa defesa junto à Federação, mas estamos saindo sem prejudicar ninguém” defendeu o presidente do clube parnaibano.
O Campeonato Piauiense 2023 não deve sofrer mudanças em seu calendário ou formato de disputa. Segundo a FFP, a competição deve seguir normalmente, com os adversários do Ferrão vencendo os confrontos por W.O. Os modelos de G-4, para classificação, e Z-2, para rebaixamento, devem seguir, com o Ferroviário-PI sendo o primeiro rebaixado.
Fonte: GE PI / edição: Tribuna de Parnaíba