Pais, avós e outros três adultos já estão presos, além de quatro menores apreendidos suspeitos de participação na morte de Weslley Carvalho Ferreira, de 1 ano e 10 meses.
A Polícia Civil localizou nesta segunda-feira (11) uma ossada no sítio da família de Weslley Carvalho Ferreira, de 1 ano e 10 meses, desaparecido desde dezembro de 2021. Os pais, avós e três adultos foram presos, além de quatro menores apreendidos suspeitos de participação na morte da criança. Continua depois da publicidade
A Polícia investiga se a criança foi queimada viva durante um ritual realizado pela própria família, em Altos, Norte do Piauí. Em depoimento, o pai disse ter cremado o próprio filho.
Ao portal g1, o delegado Matheus Zanatta, da Gerência de Polícia Especializada, informou que aguarda resultado da perícia para confirmar se a ossada recolhida seria humana.
De acordo com o Conselho Tutelar, vizinhos acionaram a polícia e avisaram da ossada no sítio da família no Povoado São Bento, Zona Rural de Altos, a 37 km de Teresina. Esta é segunda vez que a polícia fez buscas no local.
“A ossada estava próxima ao quintal da casa e não estava enterrada. A perícia está no local recolhendo essa ossada para posteriormente produzir um laudo pericial”, explicou.
De acordo com Zanatta, a Delegacia de Proteção à Criança e ao Adolescente (DPCA) deve concluir o inquérito na próxima semana.
Prisões
Em março, três adultos foram presos temporariamente e quatro menores apreendidos, entre eles um jovem de 12 anos que dizia ser um “profeta”. Eles são suspeitos de participação na morte do bebê Weslley Carvalho Ferreira. Os pais e avós paternos, presos há um mês, tiveram as prisões temporárias prorrogadas por mais 30 dias.
De acordo com o delegado Matheus Zanatta, um dos menores apreendidos é o adolescente de 12 anos, conhecido como “Profeta”, que é tio da criança e do qual a família recebia ordens, segundo a mãe do bebê.
Os três presos foram encaminhados para a Cadeia Pública de Altos (CPA) e os menores apreendidos ficarão 45 dias em internação provisória.
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De acordo com as investigações, os mandados de prisão foram baseados nas controvérsias entre os depoimentos prestados pelos detidos e pelos pais e avós do bebê Wesley, presos no dia 22 de fevereiro, suspeitos de homicídio com a ocultação de cadáver.
Mãe diz que mentiu sobre morte do filho
Maria Lúcia, avó materna de Wesley Carvalho Ferreira, de 1 ano e 10 meses, contou que a filha Ângela foi obrigada pelos sogros a mentir sobre o desaparecimento da criança.
Ela destacou que desde o princípio a família questionou a versão de Ângela sobre o desaparecimento da criança. A primeira informação foi de que o menino tinha sido sequestrado no Centro de Teresina.
Segundo Maria Lúcia, posteriormente Ângela contou que o filho morreu nos seus braços, quando ela estava participando de um ritual na casa dos sogros. Todos os participantes, inclusive o bebê, estavam há duas semanas sem se alimentar.
Pai disse ter cremado filho
Segundo a Polícia Civil, a versão inicial da família é de que o menino tinha sido sequestrado no dia 29 de dezembro de 2021, quando estava com os pais no Centro de Teresina. O boletim de ocorrência foi feito por uma tia da criança somente no dia 9 de fevereiro. A versão foi descartada pela polícia.
Uma segunda versão, contada pela mãe de Wesley, é de que o menino tinha caído em um poço no local onde os pais moravam, no município de Altos, a cerca de 40 km de Teresina. Segundo a mulher, o marido e os sogros presenciaram o acidente. A hipótese foi investigada e também descartada.
Após ser preso, o pai de Wesley também mudou sua versão da história e contou uma terceira narrativa, de que o menino tinha morrido por causas naturais. O pai disse ter cremado o próprio filho e até o momento o corpo não foi encontrado.
Polícia faz buscas em sítio
Ainda em fevereiro, policiais civis fizeram buscas por vestígios que pudessem ajudar nas investigações sobre o desaparecimento de Wesley Carvalho Ferreira. A diligência ocorreu em um sítio no Povoado São Bento.
Os avós paternos do menino moravam no local. Outros moradores do povoado relataram ao g1 que havia famílias morando no mesmo sítio, em casas separadas, e que no local não há plantação ou criação de animais, algo comum na região.
Fonte: G1 / Edição: Tribuna de Parnaíba