Em 1823 a então, província do Piauí, passava, assim como suas vizinhas em todo o Brasil, por um complicado processo de lutas pela independência.
Desde a Revolução do Porto em 1820, e mais especificamente com a determinação das cortes portuguesas de que deveriam ser criadas Juntas Governativas nas províncias, que jurassem lealdade à Portugal, houve um alvoroço de disputas entre separatistas e conservadores. Continua depois da publicidade
No Piauí, a Junta pró-lusitana foi criada em 7 de abril de 1822, e seu governador das armas era João José da Cunha Fidié, português experiente que havia lutado nas guerras napoleônicas.
Ao longo da província, no entanto, algumas vilas foram contra ao processo, como Parnaíba, Campo Maior e até uma parte da capital Oeiras.
No dia 19 de outubro de 1822, pouco mais de um mês após o Grito do Ipiranga dado pelo novo Imperador Dom Pedro I, Parnaíba declara adesão ao movimento de independência. Fidié vai com suas tropas para lá conter o movimento rebelde, mas acaba recebendo a notícia de que Oeiras também se encontra em polvorosa. No caminho de volta, é surpreendido por uma coluna de brasileiros às margens do rio Jenipapo, em Campo Maior.
No dia 13 de março de 1823 ocorre a Batalha do Jenipapo, que configura um dos momentos mais importantes do processo de independência brasileiro. Às margens do Riacho Jenipapo, em Campo Maior, piauienses, maranhenses e cearenses lutaram pela independência do país contra as tropas portuguesas. Os brasileiros recuam, levando os suprimentos de guerra portugueses, e com isso os enfraquecem.
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As tropas portuguesas são obrigadas a seguir para o Maranhão e os rebeldes piauienses acabam conseguindo dominar a província. Essa tendência se espalha também no próprio Maranhão e Fidié acaba preso, sendo enviado ao Rio de Janeiro e de lá indo para Lisboa.
O complexo processo de emancipação brasileiro passou por diversas batalhas regionais, que envolveram disputas sociais, militares e políticas que não se restringiram à Corte do Rio de Janeiro, São Paulo e Minas. Tampouco se encerraram com o “grito do Ipiranga” em setembro de 1822.
Disputas importantes ocorreram em províncias mais afastadas, como a formação do popular Exército Libertador, o cerco às tropas portuguesas na Bahia em 1823 e, no mesmo ano, a batalha às margens do rio Jenipapo no Piauí, que juntou as forças locais às cearenses e maranhenses. No entanto, é apenas em 1825 e depois de muitas colisões entre os dois lados que Portugal finalmente reconhece a derrota por meio do Tratado de Paz, Amizade e Aliança.
Fonte: Impressões Rebeldes / Edição: Tribuna de Parnaíba