A Polícia Civil também apreendeu três crianças e pediu prorrogação de quatro prisões, entre elas dos pais e avós paternos do bebê Wesley, morto e queimado em ritual.
Três adultos foram presos temporariamente e quatro menores apreendidos nesta segunda-feira (21), suspeitos de participação da morte do bebê Weslley Carvalho Ferreira, de 1 ano e 10 meses, desaparecido desde dezembro de 2021. As prisões temporárias dos pais e avós foram prorrogadas por mais 30 dias. Continua depois da publicidade
A Polícia Civil investiga se a criança foi queimada durante um ritual realizado pela própria família, em Altos, Norte do Piauí. As prisões foram cumpridas por meio da Delegacia de Proteção a Criança e ao Adolescente (DPCA) e todos os presos são parentes de Weslley.
De acordo com o delegado Matheus Zanatta, da Gerência de Polícia Especializada, um dos menores apreendidos é o adolescente de 12 anos, conhecido como “Profeta”, que é tio da criança e do qual a família recebia ordens, segundo a mãe do bebê.
De acordo com as investigações, os mandados de prisão foram baseados nas controvérsias entre os depoimentos prestados pelos detidos e dos pais e avós do bebê Wesley, presos no dia 22 de fevereiro, suspeitos de homicídio com a ocultação de cadáver.
“Foi representado por essas medidas judiciais, pois elas são imprescindíveis para a conclusão das investigações. O fundamento dessas representações foi as contradições existentes entre os interrogatórios dos pais e dos avós da criança desaparecida. Hoje também estamos prorrogando as quatro prisões temporárias deles”, afirmou o delegado Matheus Zanatta.
Mãe diz que mentiu sobre morte do filho
A avó materna de Wesley Carvalho Ferreira, de 1 ano e 10 meses, contou que a filha Ângela foi obrigada pelos sogros a mentir sobre o desaparecimento da criança. Maria Lúcia, avó materna de Wesley, destacou que desde o princípio a família questionou a versão de Ângela sobre o desaparecimento da criança, que segundo os pais, teria sido sequestrada.
Segundo Maria Lúcia, Ângela contou que o filho morreu nos seus braços, quando ela estava participava de ritual na casa dos sogros. Todos os participantes, inclusive a criança, estavam há duas semanas sem se alimentar.
Continua depois da publicidade
Pai confirma ter cremado filho
Segundo a Polícia Civil, a versão inicial da família é que o menino teria sido sequestrado no dia 29 de dezembro de 2021, quando estava com os pais no Centro de Teresina. O boletim de ocorrência foi feito por uma tia da criança somente no dia 9 de fevereiro. A versão foi descartada.
Uma segunda versão, contada pela mãe de Wesley, é que o menino teria caído em um poço no local onde os pais moravam, no município de Altos, a cerca de 40 km de Teresina. Segundo a mulher, o marido e os sogros presenciaram o acidente. A hipótese foi investigada e também descartada.
Após ser preso, o pai de Wesley também mudou sua versão da história e contou uma terceira versão, que o menino teria morrido por causas naturais. O pai teria cremado o próprio filho.
Polícia faz buscas em sítio
Ainda em fevereiro, policiais civis fizeram buscas por vestígios de corpo que possam ajudar nas investigações, que apuram o desaparecimento de Wesley Carvalho Ferreira. A diligência ocorreu em um sítio no Povoado São Bento, Zona Rural de Altos, a 37 km de Teresina.
Os avós paternos do menino moravam no local. Outros moradores do povoado relataram ao g1 que havia famílias morando no mesmo sítio, em casas separadas, e que no local não há plantação ou criação de animais, algo comum na região.
Por Lívia Ferreira e Catarina Costa, g1 PI / Edição: Tribuna de Parnaíba
