Paulinha Abelha, do Calcinha Preta, morre aos 43 anos

As informações foram confirmadas pelo Hospital Primavera, onde a cantora estava internada em coma profundo, devido a problemas renais.

Morreu nesta quarta-feira (23), aos 43 anos de idade, a cantora Paula de Menezes Nascimento Leca Viana, Paulinha Abelha, do grupo Calcinha Preta. Segundo comunicado, Paulinha morreu às 19h26 “em decorrência de um quadro de comprometimento multissistêmico”. Continua depois da publicidade

O hospital informou ainda que a cantora teve uma séria piora no quadro neurológico nas últimas 24 horas, o que deu início ao protocolo do diagnóstico da morte encefálica. Confira a nota do hospital onde a artista estava internada:

Nota de falecimento

O Hospital Primavera comunica, com pesar, que a cantora, Paula de Menezes Nascimento Leca Viana, Paulinha Abelha, faleceu hoje às 19h26 em decorrência de um quadro de comprometimento multissistêmico.

Nas últimas 24 horas apresentou importante agravamento de lesões neurológicas, constatadas em ressonância magnética, e associada a coma profundo. Foi então iniciado protocolo diagnóstico de morte encefálica, que confirmou hipótese após exames clínicos e complementar específicos.

Ela estava internada no Hospital Primavera desde o dia 17 de fevereiro, sob os cuidados das equipes médicas de terapia intensiva, neurologia e infectologia.

Internação

Hospitalizada desde o dia 11 de fevereiro, em Aracaju, Paulinha foi diagnosticada com problemas renais logo depois de chegar de uma turnê que fazia com o grupo, em São Paulo. A causa, no entanto, não havia sido divulgada. O fígado foi outro órgão afetado com uma infecção, contornada a tempo.

Três dias depois, o quadro se agravou e ela foi encaminhada para a UTI, onde começou a fazer diálise, procedimento que remove substâncias tóxicas do organismo, fazendo o papel dos rins. No dia 17 de fevereiro, Paulinha teve uma piora clínica no quadro e entrou em coma. Em virtude desses problemas renais, ela desenvolveu um quadro neurológico grave e passou a respirar com a ajuda de ventilação mecânica.

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Paulinha se tornou integrante da Calcinha Preta em 1998. Ela havia se desligado da banda duas vezes para focar em outros projetos, mas retornou e, desde 2018, permanecia no grupo de forró.

Coletiva com os médicos

A equipe médica do Hospital Primavera, formada pelo neurologista Marcos Aurélio Alves, o diretor técnico Ricardo Leite e o intensivista André Luis Veiga, falou sobre a cantora durante coletiva realizada na tarde de terça-feira (22)

“Ela está em coma profundo, mas em nenhum momento falamos de morte encefálica. Ela está coma, e não morta, há uma injúria encefálica, mas isso é uma condição potencialmente reversível, não existe irreversibilidade. Sobre o prognóstico, como ela vai conseguir estabilizar essa parte neurológica, vamos ter que analisar”, afirmou Marcos Aurélio.

O neurologista explicou que, na escala Glasgow, criada em 1974 e usada por médicos para entender o nível de consciência do paciente e sua gravidade, Paulinha está no 3 (a escala vai de 3 a 15). “Aqui, nesta sala, estamos no nível 15, que é o mais alto”, disse ele, aos jornalistas. “A pergunta que fazemos é: ‘quais etiologias justificam uma pessoa estar nesta escala, com a nota 3?’ É um rebaixamento sensorial severo”, afirmou, confirmando que novos exames serão feitos. No caso da cantora, em coma profundo, ela não apresenta resposta aos estímulos externos nem sensoriais.

Os médicos ainda desmentiram a informação de que a cantora teria tido uma bactéria no cérebro. “Ela não tem nenhuma bactéria, isso é fake. O que ela tem é uma encefalopatia severa, um dano real, tem um dano hepático e por último, um dano cerebral”, explicou Ricardo.

Questionados se o quadro de Paulinha teria sido provocado pelo uso de diuréticos ou possíveis remédios para fins estéticos, os médicos esclareceram que, em exames feitos anteriormente, não há comprovação de lesões. “Não tem nenhum exame que diga, ou que vá no caminho de que ela teria uma lesão prévia, sido provocada pelo uso abusivo ou rotineiro dessas substâncias. Queremos deixar claro que quando Paula fez o uso dessas substâncias, foi em caráter supervisionado. A gente trabalha sim com a possibilidade de uma intoxicação medicamentosa, mas isso só será confirmado em novos exames”, afirmou a equipe.

Fonte: Quem / Edição: Tribuna de Parnaíba

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