Brasil supera EUA na proporção de pessoas completamente vacinadas contra covid-19

Atualmente, a parcela de brasileiros que recebeu duas doses ou dose única é de 59,75%, ante 57,62% dos americanos.

Mesmo tendo largado atrás e enfrentado problemas de falta de vacinas, o Brasil acelerou o ritmo da vacinação principalmente a partir de agosto. Com aumento na disponibilização de doses, a adesão da população brasileira passou a ser determinante para o cenário de hoje. Continua depois da publicidade

Esse aspecto é reflexo de um forte histórico de campanhas de vacinação no país e da atuação capilarizada do Sistema Único de Saúde (SUS), que, além de disponibilizar as vacinas, faz com que elas cheguem a áreas remotas.

Dados do Our World in Data apontam que os Estados Unidos ultrapassaram a marca de 50% de vacinados com duas doses em 7 de agosto, quando a cobertura vacinal no Brasil era menos da metade que isso, cerca de 21%.

A despeito da ampla disponibilidade de imunizantes, a vacinação com duas doses ou dose única não avançou tão rápido nos Estados Unidos após o país ter chegado à marca de 50%, indicando problemas de adesão vacinal. Com a liberação da vacinação de crianças nos EUA, a cobertura vacinal deve aumentar no país, mas não a ponto de colocá-lo novamente como um dos protagonistas da vacinação contra covid.

De acordo com dados do Our World in Data, os Estados Unidos figuraram entre os três países com maior cobertura vacinal até o final de junho. Depois disso, porém, começaram a ser ultrapassados por outros países e hoje está abaixo de mais de 20 países no ranking.

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Atualmente, Portugal e Chile, por exemplo, têm mais de 80% da população com esquema vacinal completo. Ao mesmo tempo, há países cujos indicadores estão abaixo de 2%, como Nigéria e Etiópia, revelando a disparidade na vacinação contra covid.

Início da vacinação

A primeira vacina contra a covid-19 aplicada nos Estados Unidos fora de um contexto de estudo clínico foi em 14 de dezembro de 2020. Uma enfermeira de um hospital do Queens, em Nova York, recebeu a aplicação da primeira dose da Pfizer.

No Brasil, a primeira dose foi recebida também por uma enfermeira, só que em 17 de janeiro. Ou seja, pouco mais de um mês depois após o início nos Estados Unidos. A funcionária do Hospital Emílio Ribas Mônica Calazans foi vacinada com a Coronavac, produzida no País pela farmacêutica Sinovac em parceria com o Instituto Butantan.

Para além da diferença no começo da vacinação, o Brasil enfrentou ainda escassez de doses após o início da campanha, o que afetou o avanço da cobertura vacinal no País. No início de julho, enquanto os Estados Unidos tinham cerca de 48% da população com vacinação completa contra covid, no Brasil este mesmo índice não chegava a 13%.

Com as diferenças de disponibilidade de vacinas minimizadas ao longo dos últimos meses, o Brasil se aproximou dos Estados Unidos e agora caminha para se manter com os índices em alta.

Por Ítalo Lo Re / Edição: Tribuna de Parnaíba

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