“Você acha mesmo que depois de mais de três anos com um iPhone 7, já ultrapassado, processador lento, bateria ruim, tela pequena, vamos aceitar por mais outros 30 meses um iPhone SE”, diz Marco Tulio Lustosa Caminha, procurador do Piauí
Lançado pela Apple no Brasil em 2020 com preços a partir de R$ 3.699, o iPhone SE gerou revolta em alguns procuradores da República recentemente. Em conversas obtidas pelo jornal Folha de S. Paulo, membros do Ministério Público reclamam do celular da Apple e consideram o aparelho uma “esmola.” Continua depois da publicidade
A Procuradoria Geral da República fechou um contrato com a Claro para a distribuição de celulares para cerca de 1.200 procuradores e 650 servidores, que também terão direito a um computador e a um tablet para a realização de seus serviços. Em mensagens enviadas ao secretário de comunicação da PGR, Darlan Ailton Dias, alguns dos contemplados não ficaram contentes com a escolha do iPhone SE e esperavam aparelhos mais caros e recentes.
“Você acha mesmo que depois de mais de três anos com um iPhone 7, já ultrapassado, processador lento, bateria ruim, tela pequena, vamos aceitar por mais outros 30 meses um iPhone SE”, diz Marco Tulio Lustosa Caminha, procurador do Piauí que supostamente obteve uma remuneração total de R$ 102 mil durante o mês de janeiro. “Isso é um insulto!! Não quero esmola! Acho que ninguém aqui quer esmola”, completa o servidor público.
Caminha não foi a único a reclamar ao receber um iPhone SE. Ana Paula Ribeiro Rodrigues, procuradora do Rio de Janeiro, também mostrou insatisfação com a escolha do smartphone da Apple. “Torcendo para que haja algum equívoco”, disse a funcionária pública, em uma das mensagens vazadas.
“Não atende às necessidades”
Os procuradores descontentes embasam suas reclamações na parte técnica do iPhone SE, que é um modelo compacto e traz hardware similar ao iPhone 11. De acordo as discussões vazadas pela Folha de S. Paulo, o celular é um modelo que “não atende às necessidades” dos servidores públicos e está defasado por não ter tecnologias como 5G, ainda não disponível no Brasil.
Em nota, a Procuradoria Geral da República disse que o contrato com a Claro será mantido, e o iPhone SE deve ser distribuído para os servidores. Segundo o órgão, o celular intermediário possui sistema operacional mais seguro, é da mesma marca que aparelhos distribuídos anteriormente, o que facilita a migração, e também possui integrações com o iPad, também fornecido para funcionários do Ministério Público.