O nosso estado, o Piauí, teve um longo período de abandono, sem nenhum processo de colonização.
Era uma espécie de terra de ninguém, em virtude da ausência de suas fronteiras. O Piauí era apenas um caminho, uma via de acesso às províncias já existentes: Pará, Maranhão, Pernambuco Ceará e Bahia.
Era um desafio da coroa portuguesa conquistar o Maranhão e expulsar dali os franceses, já estabelecidos. Daí a presença constante de navegadores, exploradores, aventureiros, pesquisadores, padres Jesuítas e outros, na nossa região e regiões circunvizinhas, desde 1535.
A definição dos limites do Estado foi o marco de sua colonização.
Os índios no litoral
Várias tribos indígenas encontravam-se em nosso litoral destacando-se os Tremembés, os Araiós, os Anapurus os Tacaripus (estes na Serra da Ibiapaba), os Guanacenas, Acarius, Anacaés e os Tupinambás.
Os Tremembés, os mais numerosos, nômades, conquistavam toda área que se estende dia de Tutóia a Parnaíba. Toda nossa costa era habitada por gente bárbara, para muitos, antropófagos, amantes da guerra, inconfiáveis, geralmente percorriam o litoral em bandos, ordenados ao seu modo, entretanto, eram tratados pelos exploradores com respeito e atenção.
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Segundo alguns historiadores, os Tremembés eram ferozes, vingativos e traiçoeiros, mas, conquistada a confiança, a amizade, tornavam-se mansos, pacíficos. Conforme pesquisas, eram eles formosos, os de mais alta estatura, mais claros, rostos e maçãs salientes e traços mais severos; eram hábeis caçadores e pescadores excelentes, exímios nadadores de longos mergulhos – “os peixes racionais” – como foram designados, por se destacarem como seres extraordinários na forma de nadar, pescar, mergulhar, adaptando-se ao reino marinho, como autênticos peixes; chamava a atenção de todos – os pés – pelo tamanho; dividiam-se em três grupos: os Aranis, Crateús e Potis.
Os corsários franceses sentiam-se como donos absolutos do litoral, entregavam se ao prazer da pesca e amizade com os índios, sem desconfiança aventuravam-se pelo interior em busca do pau-brasil drogas do sertão; e, daí surgiu o comércio clandestino que se expandiu por todo o litoral, e ao delta do rio Parnaíba: as embarcações ancoradas aguardavam a carga a ser transportada; destacando-se: os franceses e os holandeses e dificilmente os ingleses. Foram estes frequentadores assíduos de nossas praias desertas… vazias… mas, ação dos piratas continuou por muito tempo, até a metade do século XIX, época em que briques de guerra, vindos de São Luís, davam proteção aos barcos que saíam ou chegavam à Parnaíba
Fonte: Personalidades atuantes da história da Parnaíba, ontem e hoje. Aldenora Mendes Moreira
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