IgG positivo: entenda o que significa o resultado no exame de Covid-19

Infectologista explica que anticorpo reagente não representa “passaporte de imunidade” para o paciente.

Com a pandemia de coronavírus, um dos principais assuntos são os exames e seus resultados. Apesar de ainda existir muita confusão em relação à interpretação dos testes disponíveis, muitas pessoas estão sonhando em ter um “IgG positivo”, o que significaria um organismo imune à infecção.

O IgG é uma imunoglubulina, ou seja, um anticorpo, que é produzido a partir do 14º dia do início dos sintomas da Covid-19. Ele costuma ficar no organismo dos indivíduos por muito tempo, mas no caso do Sars-CoV-2 ainda não há confirmação sobre o período de proteção que a presença dele garantiria ao paciente. E outra variável, que pode complicar um pouquinho mais as coisas, há pessoas que se recuperam da doença sem nem desenvolver IgG.

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Segundo o infectologista David Urbaez, do Laboratório Exame, o IgG positivo não pode ser considerado um passaporte de imunidade. Por exemplo, em outras infecções, uma pessoa com IgM reativo estaria com o quadro em desenvolvimento. Com o coronavírus, não se pode afirmar isso.

“Temos detectado que o IgM começa a ser produzido de maneira tardia na infecção pelo Sars-CoV-2. O IgG positivo em pessoas que tiveram sintomas e fizeram um teste PCR confiável, significa que a doença já foi resolvida. Mas quem tem esse resultado está imune? Não temos nenhuma relação direta que comprove”, explica o médico.

Segundo o infectologista, os exames sorológicos detectam vários tipos de IgG, não só o neutralizante, que poderia dar essa certeza. Urbaez ensina que, em pacientes assintomáticos, ou que não tiveram o diagnóstico comprovado por exame PCR, essa interpretação é ainda mais complicada e há a possibilidade de falsos negativos.

Por isso, o especialista aconselha que o resultado do teste seja apresentado a um médico, que fará a interpretação com mais propriedade. Outra recomendação é que as pessoas prefiram o exame que colhe o sangue da veia do paciente, por ser mais confiável.

Fonte: Metrópoles

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