Ansiedade e depressão: Entenda as diferenças entre as duas condições

Ansiedade e depressão são transtornos que caminham de mãos dadas, mas têm causas, sintomas e tratamentos diferentes.

Fonte: Medley

Mais de 300 milhões de pessoas vivem com depressão no mundo todo, segundo a Organização Mundial da Saúde. Apenas o Brasil tem cerca de 11,5 milhões de pessoas diagnosticadas com a doença.

Mas brasileiro não é só deprimido, não; também somos muito ansiosos. Em 2017, 18,6 milhões de brasileiros tinham o transtorno, o que corresponde a quase 10% da população.

Embora em alguns casos elas possam se confundir ou até se manifestar ao mesmo tempo, depressão e ansiedade são doenças diferentes. Cada uma delas tem causas, sintomas e tratamentos específicos, e claro, as duas precisam de acompanhamento profissional.

Saber diferenciá-las é importante, especialmente quando uma pessoa próxima está sofrendo com uma delas ou ambas. Ao tentar entender um pouco mais sobre os sintomas, conseguimos ser empáticos para ouvir como aquela pessoa pode estar se sentindo e, quem sabe, até ajudá-la a procurar ajuda. Vamos aprender?

O que é depressão
Ao contrário do que muita gente pensa, a depressão não é uma doença do mundo contemporâneo. Na verdade, ela acompanha a humanidade ao longo de toda a sua história e até fatores genéticos podem aumentar a predisposição à doença. Na verdade, para muitas pessoas é difícil até chamar de doença quando não temos nenhuma evidência física ou exames que ajudem a diagnosticar. Porém a depressão pode ter manifestações físicas, sim, como causar uma série de alterações químicas no cérebro. O fato de não enxergarmos isso cientificamente não significa que essas alterações não estejam aí. Outros gatilhos podem estar associados a circunstâncias externas. Estresse, por exemplo, pode iniciar sintomas depressivos em uma pessoa já predisposta. Continua depois da publicidade.

Há outras causas possíveis para a depressão, como desequilíbrios metabólicos ou hormonais, ambientes de competição constante, falta de afeto e empatia entre as pessoas. Indivíduos que enfrentam traumas na vida, como luto, desemprego ou doenças, também são mais propensos a desenvolver a condição. Portanto, é resultado de uma interação complexa entre fatores sociais, psicológicos e biológicos. Nada simples, não é mesmo? Podemos pensar nessa relação como uma teia: quando algo é mexido de um lado, toda a teia é balançada.

Os sintomas mais comuns da depressão, são:

  • Presença constante de pensamentos negativos;
  • Sentimento de culpa;
  • Sensação de inutilidade;
  • Baixa autoestima;
  • Tristeza;
  • Diminuição do prazer e do ânimo para atividades cotidianas

É comum achar que a depressão é apenas uma tristeza mais profunda, algo que alguém pode “desligar” com pensamentos e atitudes positivas. Mas enquanto a tristeza é passageira, a depressão é duradoura. Para o indivíduo depressivo, tudo é mais difícil, incômodo e sofrido.

Você conhece alguém que mostra os sintomas da lista há mais de duas semanas? Se sim, fique atento, pois é possível ele ou ela esteja deprimido(a).

O que é ansiedade
Sabe aquele friozinho na barriga que dá na hora de encontrar alguém que te atrai? Ou o medo de tirar nota baixa antes de uma prova? Isso é ansiedade, um sentimento que todo mundo tem de vez em quando, e que normalmente não é prejudicial.

Mas a ansiedade pode virar uma doença quando ocorre com muita frequência ou vem muito forte, prejudicando tanto a saúde mental como o funcionamento do corpo. Nesses casos, os médicos classificam esse tipo de ansiedade turbinada como um transtorno de saúde mental. Geralmente, ele se manifesta pelos seguintes sintomas:

  • Preocupações, tensões ou medos exagerados, sem a capacidade de relaxar;
  • Sensação contínua de que algo ruim vai acontecer;
  • Medo extremo de algum objeto ou situação;
  • Medo exagerado de ser humilhado publicamente;
  • Falta de controle sobre os pensamentos ou atitudes;
  • Pavor depois de uma situação muito difícil.

Quem sofre com o transtorno de ansiedade tem muita dificuldade para realizar tarefas específicas, como falar em público. Diante da perspectiva de ter que fazer algo assim, o coração dispara, o corpo treme e a respiração fica irregular. A ansiedade pode ser tão forte que chega a incapacitar a pessoa de fazer suas tarefas cotidianas, o que prejudica sua vida em todos os sentidos.

Diferença entre ansiedade e depressão

É bem comum que uma pessoa depressiva também possa estar ansiosa e vice-versa. Por isso, fazer esse diagnóstico e diferenciar uma da outra é uma tarefa complexa, que precisa levar em conta história familiar, experiências passadas e o ambiente no qual o paciente vive.

Depois de analisar todos esses fatores, o médico indica o tratamento mais adequado. Nos dois casos, a primeira recomendação costuma ser medicação junto com psicoterapia.

Entretanto, indivíduos depressivos são mais propensos a precisar de remédios do que os ansiosos, porque a terapia ajuda, mas não consegue prevenir novos episódios e nem cura a depressão.

Em geral, ansiedade e depressão são condições que exigem tratamento a longo prazo e merecem atenção adequada. Praticar a empatia (colocar-se no lugar do outro e entender pelo o que a pessoa está passando) é uma das formas de dar apoio a pessoas que sofrem com esses transtornos e ajudá-las a viver de uma maneira mais plena e feliz.

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