Terremoto mais potente em 20 anos atinge o sul da Califórnia

Tremor de magnitude 7,1 deixou vários feridos e provocou danos. Especialistas alertam para “forte probabilidade” de mais réplicas se repetirem nos próximos dias na região.

Fonte: G1

Um terremoto de magnitude 7,1 atingiu o sul da Califórnia, nos Estados Unidos, nesta sexta-feira (5). Esse tremor, o segundo dessa semana, foi o mais forte em 20 anos a atingir região, de acordo com o Serviço Geológico dos Estados Unidos (USGS na sigla em inglês).

O tremor danificou edifícios, rompeu um gasoduto e provocou incêndios. Várias pessoas ficaram feridas, de acordo com a CNN, mas não há relato de mortes.

O sismo ocorreu às 20h33 no horário local (0h33 deste sábado, no Brasil) e o epicentro foi registrado a 17 km de Ridgecrest, localidade de 30 mil habitantes, a 250 km de Los Angeles. O tremor foi sentido em Los Angeles, Phoenix, Las Vegas e Reno.

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O terremoto provocou deslizamentos de terra, rachaduras em fundações e destruiu muros. Canalizações de água e esgoto também foram rompidas. Após o tremor, ainda foram registrados incêndios provocados por vazamentos de gás, de a cordo com o Corpo de Bombeiros do condado de San Bernardino.

Cerca de 3.000 moradores em Ridgecrest e nas áreas vizinhas estão sem energia, gás e sem sistema de comunicação.

Tremor sacudiu prateleiras de supermercado em Yucca Valley, na Califórnia — Foto: Chad Mayes / via AP Photo

Famílias passaram a noite fora de casa com medo de réplicas do tremor. No hospital regional de Ridgecrest, pacientes foram levados de cadeira de rodas para o lado de fora, onde enfermeiros davam prosseguimento aos atendimentos ao ar livre, de acordo com a CNN.

O discurso do ex-campeão do peso-meio-pesado, Rashad Evans, foi interrompido por causa do tremor na “Moderna” do Hall da Fama do UFC. Imagens divulgadas pela CNN mostram a reação de dois de seus âncoras que apresentavam um jornal no momento do tremor.

Emergência
O governador da Califórnia, Gavin Newsom, pediu auxílio federal e declarou estado de emergência para o condado de San Bernardino. A mesma medida já havia sido tomada após o sismo de magnitude 6,4 que atingiu a cidade na quinta-feira (4).

Rachaduras em estrada ao norte de Ridgecrest — Foto: Frederic J. Brown / AFP Photo

Em Ridgecrest, há uma base militar da Marinha americana, a Naval Air Weapons Station China Lake, onde em um amplo espaço deserto são testados bombas e mísseis. O abalo provocou danos no complexo, como incêndios e vazamento de água e produtos perigosos.

O major-general David Baldwin, ajudante geral da Guarda Nacional da Califórnia, disse que uma força-tarefa conjunta, que incluirá 200 forças de segurança e aeronaves militares, será enviada para ajudar.

‘The Big One’
A Califórnia é o estado mais populoso dos Estados Unidos, com quase 40 milhões de habitantes, e fica na região conhecida como Anel de Fogo do Pacífico, onde terremotos e erupções vulcânicas são mais frequentes devido aos encontros das placas tectônicas.

Terremoto provoca deslizamento de rochas em Kern County, na Califórnia, nos Estados Unidos — Foto: Lisa Walker / Reuters

Mais de 100 tremores atingiram o sul da Califórnia nos últimos dez dias. O tremor desta sexta é o mais forte a atingir o estado nos últimos 20 anos, e supera o abalo de magnitude 6,4 que atingiu a região na quinta, sem deixar vítimas.

Os dois tremores fazem ressurgir o fantasma do “The Big One” (O Grande), um mega-terremoto potencialmente devastador que pode atingir em algum momento o oeste americano.

Garrafas quebradas ficaram espalhadas pelo chão após um terremoto de magnitude 7,1 que atingiu Ridgecrest, na Califórnia, nos EUA — Foto: Mario Tama / Getty Images / AFP

A especialista Lucy Jones, do Instituto de Tecnologia da California (Caltech), esclareceu à Rádio França Internacional que os dois tremores se produziram “na mesma falha sísmica”, que é diferente da de San Andreas, suscetível de causar o gigantesco terremoto.

Com medo de um novo tremor, família passa a noite fora de casa — Foto: Marcio Jose Sanchez/ AP

Porém, a especialista alertou sobre a “forte probabilidade” de mais réplicas fortes se repetirem nos próximos dias na região. Segundo Jones, há 10% de chances de um terremoto superior a 7 graus voltar a ocorrer durante a semana.

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