O Conselho Regional de Medicina do Piauí cumpriu ato de Interdição Ética no começo da tarde desta segunda (03) na maternidade Sigefredo Pacheco.
Fonte: Ascom CRM
A instituição situada em Campo Maior é tripartite (recebe recursos do governo federal, prefeitura e governo estadual). O motivo da interdição aprovada em reunião plenária do Conselho Regional foi em razão de constatada em vistorias a incapacidade atender minimamente a população.
Na maternidade, faltam equipamentos, medicamentos essenciais para realização de procedimentos, faltam sondas e cânulas e no momento da chegada dos conselheiros nesta segunda-feira, falta de equipes de saúde completas nos plantões, o centro cirúrgico não dispunha de colchão na maca do centro cirúrgico, além de estrutura de conforto para as gestantes em enfermarias.
Outra falha grave é a falta de escala de médicos, contando com apenas um anestesista, o que muitas vezes deixava a instituição sem esse profissional. Inclusive, durante a presença do CRM-PI nesta segunda-feira não havia anestesista na escala do plantão.
A estrutura física do local também mostra problemas, falta acessibilidade. Nos prontuários analisados, não havia registro da evolução médica, apenas evolução da enfermagem, nem havia também a ficha de alta das pacientes, o que é obrigatório, pois mostra que a paciente estava sendo bem acompanhada por médicos. CONTINUA DEPOIS DA PUBLICIDADE
Por todas essas razões e visando a dignidade do atendimento à população e à segurança do ato médico, a medida seguirá por um prazo de 60 dias, quando novas vistorias serão realizadas para avaliação.
Para o CRM-PI, a interdição de maternidades no Piauí, com a Evangelina Rosa e a Sigefredo Pacheco dá uma visão da falta de comprometimento dos municípios e do Estado quanto à assistência materno-infantil, fato que é grave e precisa de mudanças urgentes, considera a conselheira do CRM-PI e ginecologista, Ana Cláudia Louçano, que acompanhou a vistoria e interdição em Campo Maior e vem acompanhando a situação na Evangelina Rosa também.
As gestantes de baixo e médio risco que poderiam ser atendidas na maternidade Sigefredo Pacheco serão atendidas no Hospital Regional de Campo Maior e municípios vizinhos e as pacientes de alta complexidade serão encaminhadas para a Maternidade D. Evangelina Rosa, em Teresina.
A vistoria e a interdição foram realizadas com a participação do Ministério Público Estadual, com a presença do promotor Maurício Sousa.