Com problemas financeiros, Lula completa 1 ano preso

Segundo Paulo Okamotto, presidente do Instituto Lula, o salário de um diretor do Instituto era de cerca de R$ 20 mil.

Fonte: Folhapress

Na noite da última quarta-feira (3), em um bar da zona oeste de São Paulo, o Instituto Lula promoveu um leilão de 50 lotes de fotos doadas por diferentes fotógrafos profissionais que registraram imagens do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva nas últimas décadas. Cada peça continha o autógrafo do autor da foto e do próprio ex-presidente.

O evento rendeu ao caixa do instituto cerca de R$ 624 mil, e o dinheiro arrecadado servirá para tapar buracos nas finanças do instituto e também capitalizar a defesa do ex-presidente, que reclama da falta de recursos. Lula está preso desde 7 de abril de 2018 em um cela especial da Polícia Federal em Curitiba.

O Instituto Lula vai usar boa parte do dinheiro obtido no leilão de fotos para pagar uma dívida que tem com a empresa Lils Palestras, que pertence ao ex-presidente, e que tem custeado os advogados que o defendem nos processos oriundos da Operação Lava Jato.

“A empresa de palestra [Lils Palestras] não tem nenhum recurso mais. Todo recurso que ela tinha se gastou para pagar a defesa do Lula”, diz Paulo Okamotto, presidente do Instituto Lula e sócio minoritário da Lils Palestras (Okamoto tem 2% da empresa, e Lula, 98%).

“Então a gente está estudando usar uma parte deste dinheiro [da venda das fotos] para pagar os advogados e a Lils. Devolver o dinheiro para a Lils do empréstimo que ela tinha feito para o instituto, para pagar os advogados”, completa Okamotto.

Por lei, o Instituto Lula não pode custear a defesa do ex-presidente, mas sua empresa de palestras, sim. “A Lils doou bastante dinheiro, uns R$ 700 mil para o Instituto Lula. Emprestou mais uns R$ 700 mil. Desde que começou a Lava Jato o instituto começou a ter mais dificuldade para arrecadar [com empresários]”.

Segundo Okamotto, Lula já gastou de R$ 4 milhões ou R$ 5 milhões em sua defesa.

Com o estrangulamento financeiro o Instituto Lula precisou se readequar ao novo momento. “Demitimos gente”, diz Okamotto. Segundo o presidente do instituto, houve cortes de pessoas na faxina, na manutenção e também na direção do instituto.

Hoje eles só atuam de maneira voluntária e esporadicamente, segundo Okamotto. O salário de um diretor do Instituto Lula era de cerca de R$ 20 mil.

Petistas que acompanharam Lula desde a fundação do PT e que exerciam cargos remunerados na direção da instituição foram desligados, caso de Clara Ant, que cuidava da agenda e de subsídios, Luiz Dulci, que tratava de movimentos sociais, e Paulo Vanucchi, que fazia ações na área de direitos humanos.

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