Deputados irão percorrer o estado e visitar obras previstas para serem executadas com dinheiro do empréstimo.
A Assembleia Legislativa do Piauí aprovou nesta terça-feira (5) requerimento que forma uma comissão suprapartidária para visitar e fiscalizar as obras previstas no pedido de empréstimo de R$ 600 milhões do governo do Piauí com a Caixa Econômica Federal. A solicitação aprovada é de autoria dos deputados Gustavo Neiva (PSB), Rubem Martins (PSB), Juliana Moraes (PMDB), Luciano Nunes (PSDB), Robert Rios (PDT) e Dr. Pessoa (PSD).
Nas últimas semanas, deputados da oposição têm denunciado que boa parte dos serviços sequer foi iniciada nos municípios do interior, mesmo com o dinheiro tendo sido sacado da conta. Reportagem do Política Dinâmica publicada no dia 29 de novembro reforçou as suspeitas.
Do total de R$ 600 milhões do empréstimo, R$ 307 milhões da primeira parcela foram liberados e R$ 304 milhões já foram sacados da conta. De acordo com o deputado estadual Gustavo Neiva, qualquer parlamentar pode participar da comissão. Ele afirma ser perceptível que a grande maioria das obras no interior não foi iniciada pelo governo e por isso a comissão de deputados vai percorrer o Estado para saber a real situação.
“Nós deputados, que temos bases eleitorais no interior, podemos perceber claramente que a grande maioria dessas obras sequer foi iniciada. Então é importante, para que a gente possa dirimir de uma vez por todas, se as obras não foram feitas ou não. Se o dinheiro foi sacado e gasto, então as obras têm que aparecer. Nós vamos estender esse convite ao Tribunal de Contas do Estado (TCE) e a órgãos como a Secretaria de Transportes (Setrans), a Secretaria de Infraestrutura (Seinfra) e ao Instituto de Desenvolvimento do Piauí (Idepi), que são os órgãos que fazem as obras”, explicou Gustavo Neiva.
Conforme relação fornecida pela Caixa, são mais de 60 obras previstas para serem executadas com o dinheiro do empréstimo tomado pelo governo do Piauí. A lei aprovada na Assembleia Legislativa que autorizou o estado a fazer a operação de crédito proíbe o governo de mudar a finalidade do dinheiro, ou seja, cada centavo do montante adquirido deve ser aplicado na execução das obras anexadas pelo governo no pedido de empréstimo.