Na pressa de votar aumento de impostos, o líder do governo e presidente da CCJ esquecem que aliado está viajando e entregam projeto para a oposição; Wellington Dias quase infarta.
Depois que o rolo compressor do governador Wellington Dias (PT) finalmente conseguiu aprovar o aumento de impostos na Comissão de Constituição e Justiça da Alepi, os deputados da base respiraram aliviados. E, de cima do salto, o líder do governo — deputado João de Deus (PT) — e o presidente da CCJ — deputado Evaldo Gomes (PTC) — desfizeram com os pés o que demorou a ser feito com as mãos: entregaram o projeto para os deputados da oposição.
Depois de aprovada na CCJ, a matéria deve ser apreciada por outra comissão, a de Finanças. Lá, já havia um acordo: o presidente da comissão é o deputado Severo Eulálio (PMDB), que iria entregar a relatoria para o deputado Cícero Magalhães (PT). Porém, João de Deus pediu a Evaldo que enviasse de imediato o projeto para a próxima comissão e este, com a pressa de quem passa fome, ordenou o encaminhamento. Os dois esqueceram que Severo Eulálio está fora do país.
Assim, o projeto foi bater nas mãos do vice-presidente da comissão, deputado Luciano Nunes (PSDB), que neste momento é o presidente em exercício. E Luciano não contou dois palitos antes de escolher o deputado Rubem Martins (PSB) como relator do aumento dos impostos. Ambos são de oposição e rejeitam a matéria.
Quando a base de Wellington Dias se deu conta do que aconteceu, já era tarde. Visivelmente nervoso, o deputado Evaldo Gomes ainda tentou culpar a secretária da CCJ pelo seu próprio erro, numa tentativa de se eximir de responsabilidade perante o governo. Já o líder, João de Deus, se agarrou com o regimento interno da Casa para encontrar uma brecha que permita a mudança. João chegou a alegar que o deputado Luciano Nunes teria agido de maneira ilegal.
Segundo um deputado da base, ao ficar sabendo do ocorrido, o próprio governador, irritado, “quase infarta”. Wellington mandou mensagens aos dois para que dessem um jeito de desfazer a “bagunça”. A matéria tramita na casa em regime de urgência. E a oposição quer usar o prazo inteiro para o debate. Caso não seja aprovada este ano, a lei ordinária de aumento dos impostos só poderá valer para 2019.